sexta-feira, 30 de março de 2012

Ó espírito meu, onde estais?

Onde encontram-se os espíritos foraz que deixaram marca na História, mas que com o tempo se perderam e não voltaram mais. Onde vamos parar? Onde vamos nos expressar? Como vamos nos rebelar? Ah espírito, que falta fazes, que saudade nos deixou. A herança que nos deixou expressa-se atrás da corrupção, avassaladora, em que passamos. Você espírito, é quem devia se esconder atrás de nós. Nós, que buscamos o desenvolvimento e harmonia de todos. Volte para suas dependências a que fez parte, volte para nós, e vamos deixar mais um marco na História e derrubar quem nos impedir de expressarmos. Cadê você espírito, que sumiu com o tempo, com o vento, e que não deixou nenhuma pista ou sombra de existência. Cadê você espirito de protesto.

terça-feira, 27 de março de 2012

Identificação literária

Desde criança que tive a tendência para criar em meu torno um mundo fictício, de me cercar de amigos e conhecidos que nunca existiram. (Não sei, bem entendido, se realmente não existiram, ou se sou eu que não existo. Nestas coisas, como em todas, não devemos ser dogmáticos.) Desde que me conheço como sendo aquilo a que chamo eu, me lembro de precisar mentalmente, em figura, movimentos, caráter e história, várias figuras irreais que eram para mim tão visíveis e minhas como as coisas daquilo a que chamamos, porventura abusivamente, a vida real.
(Fernando Pessoa em carta a seu amigo Adolfo Casais Monteiro)

terça-feira, 20 de março de 2012

Estou construindo minha própria ruína

Hesito-me pela sombra do erro. Minha consciência é momentânea, meus erros são permanentes, o que me resta é desfalcar o que há de acontecer. Minha história se constrói com o passar do tempo e o que passou é uma experiência de que não aprendi a deixar o erro com o passado. Uma saída seria recomeçar, mas como, se ainda faço de minha atitude erros irreparavéis. Dentro de mim há varios "eu", uma hora consciente, outra, errante. Deparo-me com o vicío que tenho de continuar com as mesmas atitudes. Recomeçar, seria uma saída. Mas longe de mim querer recomeçar se continuo me lamentando do que é perceptível: não deixo o erro no passado. Tento me ajudar, nas horas em que o prazer se foi, na hora em que percebo o erro. Resta-me diluir com o tempo, pois só o futuro dirá o que estou construindo. Minhas ruínas ainda não se desfizeram. Essa ainda é percebida dentre a consciência. E a consciência? Essa não é desfragmentada.

sábado, 10 de março de 2012

Tendências, não tê-las

Minhas tendências se diferenciam, escondidas, na sombra dos erros. Há quem diga que louco são os que não se remetem à psicanálise, que tem como interesse desfragmentar as tendências. Outrora, as coisas eram mais simples, a importância era inexistente e ainda mais o que dizer da "preocupação"? Inalcançada? A essência do tempo é trazer mudanças, neste momento esquecemos da "importância" e "preocupação" que paira pelos pensamentos preocupados. Tendências podem se extiguirem passageiras, elas passam, mas voltam. E isso é consequência dos que não se rementem à psicanálise. Passar, mudar, errar, são tendências, controle-as.
 

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