Depois de ter o imenso prazer de conhecer a obra dessa autora através de um amigo, sempre li esse texto que mostra a realidade vital, pelo menos a minha realidade. Caso queiram ler todo o texto, desde o começo, clique aqui. Abaixo cito a composição da melhor estrofe do texto. Segue-se:
[...] Pesquisando sobre o tema, descobri que o milho que não estoura se chama
piruá. Sabe aquele milho que sobra na panela e se recusa a virar um
floquinho branco, macio e alegre? Piruá. E aí tenho que concordar com o
escritor Rubem Alves, que já escreveu sobre o assunto: tem muita gente
piruá neste planeta. Gente que não reage ao calor, que não desabrocha.
Fica ali, duro, triste e inútil pró resto da vida. Não cumpre sua sina
de revelar-se, de transformar-se em algo melhor. Não vira pipoca,
mantém-se piruá. E um piruá emburrado, que reclama que nada lhe acontece
de bom. Pois é. Perdeu a chance de entregar-se ao fogo, tentou se
preservar, danou-se. [...]
Martha Medeiros ( Texto tirado do livro "Doidas e Santas" )
Isso representa uma mera realidade de outrém e que agora posso dizer que representa também a minha realidade, pois acho que falta mais expressão e atitude das minhas ações. Sempre me mantive "obscuro" por motivos aceitáveis, agora que penso que adquiri liberdade, sinto-me preso dentro de mim mesmo, como citou Fernando Pessoa: perdi-me dentro de mim porque eu era labirinto. Me revelo, desde quando me entendo por gente, como um conflituoso e complexo labirinto, cabe a alguém, querer me explorar.